Poemas

POEMAS DA VIDA INTERIOR

AUTOR: RENATO BATISTA MAGRINI

Site https://www.geocities.com/faneron

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Ministério da Cultura
Escritório de Direitos Autorais

Número de Registro: 35.332 - Livro: 32 - Folha: 27

Número de Registro: 165.765 - Livro: 276 - Folha: 406
Proibida a reprodução por quaisquer meios sem a prévia autorização do autor.

FINAL DA TARDE

O Sol dentro do vaso de barro
O coração angustiado
Espera com resignação
O final do drama da vida
E da tristeza constante

O espírito oprimido
Sem liberdade
Aspira sem medo
O teu perfume
Em cada jardim
De cada casa...

CATARSE

Escrevo uma nova linha
No livro da minha vida
Abro mais um selo
Desse Livro Escatológico
Menestrel joanita
Compõe um novo movimento
Nessa sinfonia do meu viver
Toma a lira
E vibra uma grandiosa coda
Ensolarando enfim
O negro granito
Dos edifícios do meu ser...

AO CORAÇÃO MAGOADO

Dar-te-ei a rosa alba
Nívea
Uma mensagem de amor
A bem da verdade te digo:
Este amor é um oceano
Por de trás de um dique
Que ao romper-se
Libertará meu ser
Preso, contido
E exilado em si mesmo
Por anos e anos...

O CORAÇÃO SOLAR

Irradia Seus Raios
Inundando o mundo com Sua Luz
Impregnando tudo com Seu Amor

Incita os jovens amantes
A entregarem-se mutuamente
Infunde no guerreiro
O espírito da guerra
Jihad !

Pesadelo
Problema sem solução
Morro e renasço diariamente
E a luta não acaba

Ergue a espada guerreiro
Aponta-a ao Sol
Colhe os eflúvios
E depois mata o ego.

CIMITARRAS

Seus sons metálicos
Cortam as cordas
Que me prendem
Ao mundo profano
E me levam aos Eleitos
Nas alturas...

OS ESTADOS SUPERIORES DO SER - I (ORIGINAL)

Mergulho em trevas cada vez mais negras e profundas.
Na Unidade Metafísica,
Eterno e simultâneo,
Rumo a um Sol Superior,
Que não existe.
Um sono profundo que tudo produz.
Rumo sem rumo,
Ao Zero Metafísico,
À Não-Existência.
Deixar de ser,
Para poder tudo ser e não-ser.

OS ESTADOS SUPERIORES DO SER - I I

Moradas nos Céus
Mergulho em uma Luz
Cada vez mais Potente e Sublime
Na unidade metafísica
Eterno e simultâneo
Rumo a um Sol Superior
Na plenitude da existência: Pleroma
Um despertar que tudo produz
Rumo pelo Único Caminho
Ao Princípio de todos os princípios
Ao Ser por Excelência
Para ser uno com Aquele-Que-É
Para poder tudo ser, no Ser.

OS ESTADOS SUPERIORES DO SER - I I I

Mergulho em uma Luz
Cada vez mais Intensa e Sutil
Na unidade metafísica
Eterno e simultâneo
Rumo a um Sol Superior
Metaexistente
Um despertar que de tudo liberta
Rumo ao Trono dos Céus
Ao Um Metafísico
A Origem do Ser
Além do ser
Para poder vê-Lo,
Senti-Lo, amá-Lo, vivê-Lo,
Em Sua Eterna Luz de Glória.

VIAGEM INVERNAL

Para esquecer vamos
Onde não está
A desgraça do desespero
Onde a destruição não chega

Onde a morte não existe
Na estação do inverno
Recolher das profundezas
Do ser interior
A força hiperbórea de um Galahad
A fim de perguntar um dia:
"Para que serve o Santo Graal?"
"Por que Deus criou o homem?"

O CORAÇÃO DE MEL

Doce como a ambrosia
Dos deuses do Olimpo
Juro amar-te para sempre
Em meu verbo
Eu falo meu ser interior

O amor verdadeiro
Pelos campos uma brisa
O poeta dos sonhos tece sua poesia
Embalado pela canção da vida

No firmamento azul-violáceo
O Sol Espiritual Vivo
Fonte de todo o meu amor por você
Irradia uma luz com um só nome:
O teu.

SONHO SIDERAL

Numa noite
Eu vi as galáxias orbitarem
Num mar de éter negro

Vi os átomos
Vi as moléculas
Todos a vibrarem
Metamúsica interestelar

Vi raios de luz
Batimentos e matizes
Sonhos em negro azul
Abriu-me a sede de verdade e saber
Eu era pó e luz...

SONHOS

Sorrateiros eles vêm,
Na noite, povoam a mente vazia pelo sono,
Intrépidos mensageiros de meu próprio ser.

CRISTO

Veio o Filho
E com Ele toda a Sabedoria do Pai
Com Ele veio tudo que engrandece
Veio o Amor.

ILHAS GREGAS

Perseguido pelo tubarão do destino
Acabei por perseguindo-lo
Para que me perseguisse

Espreito o caçador
A fim de cair em sua armadilha
Realidade paradoxal

A fuga milenar do homem
O temor de retornar à Casa do Pai
O temor de admitir que choro,
Que amo,
E sou gente!

ESTEPES

Ouvindo as balalaicas
Subindo suavemente com resignação
Nossos corações serenos em paz
As notas elevam-se
Tornam-se mais e mais puras
Ouvindo as balalaicas
Ligeiro galope...

AKENATON

Arrojei-me
Mesmo sabendo
Que tudo conspirava contra mim
Com a lâmpada oculta
A iluminar o caminho escuro
O coração cheio de fé.

A FLOR QUE RENASCE

Sem temer a morte
Vem cheia de galhardia
Ignora os detalhes
Não perde tempo com bobagens
Não precisa dizer nada
És tu Cláudia!

O CORAÇÃO URARTIANO DE NAIRÍ

Tira o chapéu-céu
Para a dama de seus sonhos
Pulsa no ritmo do cosmos

O coração hurrita
Cavalheiresco e guerreiro
Não come orlá
É pleno de moral e costumes

O coração vacante
Discreto enquanto puder
Em pranto de lábios cerrados
Perde-se em seus afazeres diários
Caminha só
Guardando seu precioso sentimento

E o coração hurrita
Cavalheiresco e guerreiro
Não come orlá
É pleno de moral e costumes...

País de Mitanni
Monte Ararat
Lago de Van
Campo dos Megalomártires...

RAIO DE SOL

Luciana
Luminosa donzela
Traz em seu sangue itálico
A etrusca força dos Antepassados

Luciana
Graciosa donzela
Com véu
E cântaro sobre um ombro
Evoca com sua luz
Todos os anjos do céu

Luciana
Vórtice de grandes tradições
Traz em seu nome uma imensa glória

Acorda anjo loiro!
Dá vida ao mundo!
Liberta os aflitos
Resgata o que de bom se perdeu
Pede tu mesma a Deus
Que nos perdoe e salve...

ETRÚRIA: RECOBRANDO A CONSCIÊNCIA

Etrúria
Nesse solo sagrado
Terra dos antepassados
Vejo todo o desenrolar da história

Dia após dia
Cada ser humano
Cada história
Boa ou má: vejo tudo!

Tudo isso
Reflete uma única história
Colar imenso de contas coloridas
Cadeia de viventes

Terras indo-européias
Meu coração canta sob essa Árvore
Árvore da Vida
Árvore do Mundo
Fonte da Imortalidade

O JUGO

Nas palavras de peso
Ele prometeu jugo leve
Quem pôde entender?
Nem o coração pôde!
Quem conseguiu entender?

Carrego e suporto
O peso desta vida
Vazia e cheia de sofrer
Na ansiedade de saber
Que nunca consegui amar
Nem quem mais me amou...

Pedra no caminho
Chuto-a com toda a força
Para quebrar os pés
E dar novo rumo à vida
Como pela velha sabedoria...

Mordo esse Pão da Vida
Que tudo promete
E tudo faz cumprir
Na esperança, vã talvez,
De ver tudo um dia
Finalmente se cumprir.

O ARCANJO MIGUEL DA IGREJA DE SANT'ANA

Mistral noturno
Os ciprestes agitados pelo vento
Na necrópole coberta de trevas e estrelas
Brumas
Ao pé das colunas
Do templo do rei Salomão
Hesito adentrar à mansão dos mortos

Ao topo do céu estrelado
Uma estrela aumenta seu fulgor
Alfa e Omega da Criação
Anjo da Morte
Aponta os céus com o dedo em riste

Esfinge questionante
O tempo flui pela clepsidra
No reino da morte
Desnudo e só
Comigo mesmo

A melhor das horas
Ou a pior tortura
Esqueço a dor
Deposito-me nos braços de Deus
Leio meus dias futuros
Meu destino
No Livro da Vida
E encaro a Morte face a face!

O SER PNEUMÁTICO

Meu ser desperta
Para finalmente Ser
O espírito voa nas alturas
Do mundo pneumático

O último estado do ser
Delírio em tentar conhecer
O Incognoscível para a pobre personalidade humana
A loucura final !
O coração sonha...enfim...feliz!

O Ser
A Luz sublime e sutil
Ato puro !
O final da busca do homem
O Insondável Mar de Glória transinfinita e inefável

A HUMANIDADE CELESTIAL

Deito neste sepulcro
Como quem deita em um leito macio
Esperando que esta noite
Que pode durar séculos
Breve seja
Como breve foi a vida
Assim repousa meu coração
Pleno de amor, fé e esperança
Aguardando ansioso
O momento de despertar
Para a Luz!
Para a Vida!
Para a humanidade celestial.

O MEDO DE AMAR

O guerreiro que se aproxima do alvo
Arma o arco e a flecha
Aponta
Mas inseguro
Medra
Perde a caça no crucial instante
O peso do passado: medo
O fantasma das coisas irrealizadas

Tenta mais e mais
A ascese
Até o momento
Da real coragem
Numa campanha sangrenta
Para destruir a Nínive do ser

Coração eclipsado
Desce dos céus o Pão da Vida
Vem habitar entre os homens

Fulminado! Enfim !
O guerreiro cede
Para finalmente aprender a amar.

BUSCA INTERIOR

Herói morto, herói dormente
Passeio pelas frias e ensolaradas ruas
Do eterno sábado sem trevas
Nem medos
Nem persas

Devagar deslizo meu coche
Procuro teu semblante deusa desconhecida
Mulher celeste e terrestre
Sem medos
Nem persas

Um tempo que não foi
Um tempo que não mais voltará
Choro os mortos que repousam
Mistério maior e menor
Vejo tudo simultâneo
Sem medos
Sem persas

Labirinto
Sendas equívocas
Fico estático nesta praça
Aos pés desta fonte
Jorrante de Água-Viva
Até que tu, belíssima,
Venhas.

CLÁUDIA

Eu te sinto forte e corajosa em meu ser
Alma alegre que entrega seu amor
Sem nada esperar em troca

Barco da minha vida
Meu cajado, minha luz
Meu amor sincero
Tu vens à frente das profecias
Cavalgando teu Pégaso branco!
Protetora do meu coração
Fonte de tudo

Esposa
Amiga
Luz
Harpa eterna onde soa
A música da minha vida

Sonha
Vive
Não temas
O que Deus te deu
Sempre te pertencerá.

A ORQUESTRA TOCA SOBRE AS ÁGUAS

A lembrança desfaz-se
Como a escrita na areia
Ao sabor do vento

Cláudia
Para onde vai o amor?
Para o nada?
Ou caminha lado a lado
Aos seres que o recriam sem cessar?

Cláudia
Deposita teu ser em meus braços
Para chorar e depois
Desmaiar de amor

Cláudia
Põe termo ao drama do meu ser:
Para onde vai o amor?
Quem fica mantém?
Ou cabe a quem vai?
Quem engana a morte?

Cláudia
A lembrança desfaz-se
Como a escrita na areia
Ao sabor do vento.
Ao saber de Deus
Para onde vai o amor?

A LINGUAGEM DOS PÁSSAROS

Alçar sem medo
Novos estados de consciência
Beber luz
Sem ter medo da luz

Sonata dos espectros
Cascatas de luz espiritual
Orvalho dos céus
Cume do saber

Lux Aeterna
Mundo supremo
Despertar pleno

MÚSICA 845607

No firmamento violáceo
Umbral infinito de nuvens azuis
O Sol Espiritual

A música das altas esferas
Campos de flores multicoloridos
Tal como imenso tapete persa

POESIA CÓSMICA

Tecelão de poemas
Recebe suavemente
O orvalho celeste: chuva de luz

Viajo nas asas de meus sonhos
Lugar distante e próximo
Imenso oceano de Águas Primordiais
Ando sobre essas Águas

Horizonte cósmico
Em teus estratos
Delineiam-se os contornos
Do mundo celestial: A Cidade de Deus

APOCALIPSE

I
Céu em chamas
Minh'alma se dilata
Meu espírito é um sopro divino

II
Viajo a uma velocidade fantástica
Subo os degraus da escada
Em cima o Supremo Altar Celeste
Vejo todo o Universo e mais

III
Santo é Senhor do Universo
Os Sete Arcanjos Sagrados
Vinte e Quatro Anciãos ante e Trono
Os Quatro Animais Sagrados

IV
Oceano de Luz
As esferas da Criação
Viajamos no pégaso alado
Ao Infinito

V
Ouço os sons primordiais
Simultaneidade
Passado, presente e futuro
Agora em nós são um só

VI
Tocai as trombetas
Anjos músicos
No misterioso silêncio das matas
Rios e cachoeiras
As quatro idades do mundo

V
Nas nuvens vai meu pensamento
Viajo nas asas de meus sonhos
Pelo mar sideral vai meu coração
Vejo o Trono de El-Elion
Luz intensa, muito intensa
Mente nas estrelas

IV
Planície
Noite
Cidades sagradas
Deserto
Anjos voam
A luta: cimitarras tocam-se
Rumo à Estrela Polar
Estrela de Belém

V
Natividade
A chegada ao infinito
As visões, os sons
A vila junto ao mar
Ruas desertas, vento, céu nublado
Saio deste lugar terrível

VI
Rumo a Heliópolis: A Cidade do Sol
Terra dos irmãos
Pátria espiritual
Encontro os Santos
E os Arcanjos Celestiais
A Verdade me é revelada
Então feliz
Encontro meu povo!
Minha gente!

VII
Enfim descansando o ser
Nessas alturas espirituais
Vento forte
Final da tarde
A bela jovem
O beijo
Encontro Deus Altíssimo

VIII
A vida
A morte
Os trinta e três anos
Canção de amor

IX
Luz do paraíso
O bairro com jardins e árvores
A benção
A entrega do lírio, o beijo
Rios de lágrimas
Agora um oceano de água límpida
De puro amor
Canto da redenção dos seres
A humanidade celestial
Os corações pulsam...

END OF THE AFTERNOON

The Sun inside of the clay's vase
The hearth afflicted
Wait with resignation
The final of the life's drama
And the constant sorrow

The oppressed spirit
Without freedom
Aspirate without fear
Your scent
In each garden
From each house.

TO THE WOUNDED HEARTH

I will give to you the white rose
Snowy
A mesage of love
For the good of the true, I tell you:
This love is an ocean
To back of a dike
That to break up
Set free my being
Prisoner, enclosed and exiled
In himself
For years and years...

THE HONEY'S HEARTH

Sweet like the ambrosia
From the gods of the Olimpo
I swear loves you forever
In my verb
I speak my inner being

The true love
For the fields a breeze
The poet of dreams weave his poetry
Baled for the song of life

In the firmament
The Live Spiritual Sun
Source from all my love for you
Irradiate a Light with only one name:
Your name.

FIRST POEM

In the lost corner of the wild horizon
In the cosmos black and cold
In the complexity of factors
In the beauty and enchantment of the nature

Stay the misteries
And the great epopee
For to try decipher them
That never finish...

ETRURY: RECOVERING THE CONSCIOUSNESS

Etruria
In the sacred ground
Earth of the ancestors
I look all development of history

Day after day
Each human being
Each history
Good or evil: I look all !

All these things
Reflect an unic history
Immense collar of coloured beads
Chain of human beings: one only being

Indo-european lands
My hearth sings under this tree
Tree of the Life
Tree of the World
Source of the Imortality.

THE SOLAR HEARTH

He irradiate Your Rays
Inunding the world with His Light
Impregnating all with His Love

He incite the young lovers
To delivery mutually
He infuse in the warrior
The Spirit of War
Jihad !

Nightmare
Trouble without solution
I die and reborn everyday
And the fight do not finish

Raise the sword warrior !
Point her to the sun !
Harvest the solar fluids
And after, kill the ego !

SCIMITARS

Your metalic sounds
Cut the chords
That catch me to the profane world
And carry me to the Electeds
In the highness.

COSMIC POETRY

Weaver of poems
Receive softly
The celestial dew: rain of light

I voyage in the wings of my dreams
Distant place, and near,
Immense ocean of Primordial Waters
I walk over these Waters

Cosmic horizon
In your stratos
Delineate them the contours
Of the celestial world: The City of God.

THE LANGUAGE OF THE BIRDS

To raise without fear
Anothers states of conscientiousness
To drink Light
Without have fear of Light

Sonata of specters
Cascades of spiritual Light
Dew from the heavens
Summit of the knowledgement

Lux Aeterna
Supreme world
Deep awaken

DREAMS

Cunnings they come
In the night
Settle the mind
Emptyed by the sleep
Intrepids mesagers from my own being.

CATHARSIS

Legends
Hearth: center of the being
I inflate the breast of hopeness
To feel that will be: Life !

I write a new line
In the book of my life
I open more a seal
Of this escatologic book
Joanite singer
Compose a new movement
In this simphony of my lifeness
Take the lyre
And vibrate a great coda
Sunnying finally
The black granite
Of the buildings of my being...

A ÚLTIMA HORA DO MUNDO

Céu azul de brilho cegante
Desperto sobre o negro granito
Desta megalópole cubofuturista

Em nossas veias corre um sangue
Clamante de Deus e de Restauração
Pleno de coragem
Sofremos a última angústia
Choramos o último pranto
Clamamos a última vingança
Usamos da espada uma última vez
Antes de nos abrirmos aos céus
Definitivamente
Ao Espírito

Entretanto
Até que Ele venha
Em Sua Glória e Esplendor
É melhor manter as espadas brilhando
E as pistolas municiadas

THE FLOWER THAT REBORN

Without fear of the death
Come full of grace
Despise the details
Do not lost time with fooleries
Do not need tell anything
There are you
Claudia.

PARUSIA

Em meu mundo de sonho
No mundo dos meus sonhos
Não há lugar para preto-velho
Nem vovozinha com vestido de bolinha
Nem matuto caboclo do sertão
Nem trenzinho do caipira

Meu mundo é da pós-modernidade
Cubofuturista e niilista
Monumental, marmóreo e granítico
Nele não mais se ouvem os tã-tãs dos nativos
Ouve-se a música das esferas...

Não se usam roupas tribais
Usa-se costumes negros e dourados
Das seis cores do espectro
Dos veículos aerodinâmicos e redes neurais

Meu mundo tecnotrônico
Está há um passo do final
Vive uma longa Sexta-Feira
Que antecede um Sábado Eterno
É uma república
Que aguarda um Rei
Que ao último toque da trombeta
Virá.

A FELICIDADE

A felicidade é um mal sobre a terra.
Quando alguém está feliz, esquece-se de tudo.
Enquanto alguém está feliz, milhões sofrem.
A verdadeira felicidade só poderá existir no coletivo.
A felicidade real só poderá existir quando todos forem felizes.
A felicidade de uns é a tristeza de muitos outros.
Todo mundo quer ser feliz.
Um estado egocêntrico do ser.
Eu estou bem e o resto que se dane.
Eu, não me importa a desgraça do mundo.
O riso fácil dos medíocres e dos canalhas.
Muito riso e muita alegria para uns,
Muito pranto e muita dor para os milhões restantes.

A beleza da tristeza e da sã melancolia.
A tristeza nos fala do ser interior.
De paisagens, relva e campos floridos agitados pela brisa suave.
A tristeza nos fala da solidariedade e da compreensão.
Na tristeza todos se unem e dão-se as mãos.
Na tristeza não há egoísmo.
Na tristeza as pessoas se respeitam.
Na tristeza há consciência e alegre despertar.

O riso cínico é a marca do mal,
E do reinado do mal neste mundo.
A felicidade é um mal no mundo.

TANATOLOGIA

Deito neste sepulcro
Como quem deita em um leito macio,
Esperando que esta noite,
Que pode durar séculos,
Breve seja,
Como breve a vida o foi.

ESCOLA MENTAL I

Corredores do ateneu
Muito aprendi nesta escola do mundo interior
Os fragmentos de um ensinamento perdido

Extensão da minha individualidade
Céu azul: abro uma janela
Portal dourado
Desce o arco-íris
Encontro meu anjo-padrinho
Diálogos numa língua estranha

Assimilo meu viver
Entendo enfim o porquê de tudo!
Descanso minha alma na eternidade do paraíso celestial

A luz do sol cegante
Deixo-a penetrar minha alma
Purificá-la e restaurá-la

A volta ao estado primordial
A recuperação dos dons
Ouço a voz de El-Elion

Aurora de uma nova vida
Desço suavemente dos céus
Fecho as janelas
Sobrevôo o planeta: corpo vivente

Diamante da percepção interior
Encontro-te Cláudia
Dou a ti todo o meu amor
Dou a ti toda a eternidade

ESCOLA MENTAL I I

Corredores do ateneu
Muito aprendi nesta escola do mundo interior
Os fragmentos de um ensinamento perdido

Extensão da minha individualidade
Céu azul: abro uma janela
Espaço sideral: abro outra janela
Portal dourado
Desce o arco-íris
Encontro meu anjo-padrinho
Diálogos numa língua estranha

Assimilo meu viver
Entendo enfim o porquê de tudo!
Unus Mundus
Descanso minha alma na eternidade do paraíso celestial

A luz do sol cegante
Deixo-a penetrar minha alma
Purificá-la e restaurá-la

A volta ao estado primordial
A recuperação dos dons
Ouço a voz de Deus El-Elion
Tal miríades de trombetas

Aurora de uma nova vida
Desço suavemente dos céus
Fecho as janelas
Uma após a outra

Desço ao meu degrau de realidade
Diamante da percepção interior
Vejo as pessoas como elas realmente são
Acordo em meu leito-esquife
Eu estive no céu!
E ouvi a voz do próprio Deus!LABIRINTO DE ESPELHOS
Túnica de chamas
O Sol com justiça e o Sol sem justiça
A calcinação do ser
Aqueço lentamente a prima matéria
Fogo invulnerável
Câmara dos milênios
Altar do amanhã
Eternidade
Supremo consistório para os ritos da Raça Branca
Hora funérea
Passeio por entre as tumbas
Desse luxuoso cemitério
Janela para a eternidade
Corrosão da conformidade
Espaço alquímico
Sonho fugaz
O tempo dos mundos
Os portais se abremO REINO DO GELO ETERNO
A noite do gelo eterno
Paraficção
A luz vai surgindo lentamente
Universo semiótico: tudo são signos
A fuga da caverna
Na superfície: o gelo eterno
Céu nublando em tons de cinza
Palácio novecentista
Luz fria na paisagem do deserto
Deserto gelado
Busco consolo em mim mesmo
Um rei sem trono
A loucura de um homem
Um direito sagrado que
O próprio Deus não nega a ninguém
Pintura suprematista
Descanso meus olhos nela
Diálogos com a morte
Vejo os dias que virão
A noite do gelo eterno
A luz vai se abrindo suavemente
Uma qualidade simples
Uma primeiridade
Espelho dos tempos
Diante dele uma secundidade
Um choque de opostos
Mundo surreal
Noite do gelo eterno
Mundo surreal
Urbe dos tons de cinza
Nuvens baixas
Dunas secas e geladas
Deserto do ser
Imagem do espelho
Do outro lado sol e céu azul
Urbe dos tons cromáticos
Nuvens brancas, níveas
Florestas indo-européias
Passo pelo espelho
Através dele: ida e vinda
Do território do sol eterno
À noite do gelo eterno.


MORTE

A cada segundo que passa
A hora rubra se aproxima
O momento final
O encerramento
Como é delicioso quando acaba...

Sem temer a Morte
Entrego-me em seus braços
Velha companheira
A hora rubra se aproxima
E seu rubor me entorpece

Subo cada degrau
Rumo ao topo da Pirâmide
Deixo uma existência vã
Em meio a pessoas vãs
Um mundo sem nexo
Vôo do caos ao cosmos

A hora rubra
Finalmente se aproxima
Vem o "romper os laços"
A ascensão

Crê tu
Peregrino cósmico
A hora rubra bate à tua porta
E deve romper os laços já !

Soa o sino
Sino de alarme
E a hora rubra já chegou
E os laços já estão rompidos
É hora de ascender

Toma a mão do Arcanjo
E vai
Vai sem hesitar
Pois tudo já se foi
E a hora rubra já passou !


A RAÇA ARIANA

Quando o Espírito da Morte
Tomou conta do meu ser
Descobri que havia me tornado um gótico

Vesti-me de negro
Adorei o deus Mitra
O Sol Invicto
O Tempo findou-se em mim
Vi a Eternidade e sua visão cegou minha ignorância
Tornei-me um gnóstico e servo do saber

Enviei cartas a todos os Demiurgos
Falei com os Anjos
Tornei-me ébrio de Deus
O amor pelo saber manteve-me vivo

Novamente vi teu rosto
Nos estratos das nuvens dos céus
Rainha Hiperbórea
Somos uma raça eleita
Nossa estrela é de primeira grandeza: Aldebarã
Nossos deuses são mais fortes
Somos os caucasianos
Somos persas, vikings, celtas,
Ibéricos, saxões, germanos,
Eslavos, gregos, romanos,
Francos, ilíricos, tocarianos,
Escandinavos, letões, lituanos, armênios, hindus,
Afegãos, paquistaneses
E mais...

Nós somos os Hiperbóreos!
Nossas espadas cortam mais!
Nossos escudos reluzem mais!
Somos mais fortes!
Somos imortais!
Nosso Império é para a Eternidade!
Nosso Céu é o Olimpo e o Valhala!
Glória a Diaus Pitar!
Glória a Mitra!
Glória a Varuna!
Glória a Odin!
Glória a Wotan!


OS ENCANTADORES DE SERPENTES

Entre dimensões
Um fulcro se abre
Vejo meu lar ancestral
Os Encantadores de Serpentes
Tecnotrônicos
A mecânica celeste
Hermética
A Máquina do Mundo
A Máquina do Tempo

O tempo do Rock and Roll
Se fez perene em mim
Achei os meus
Eles há muito me aguardavam
Numa dimensão de puro som


DOR
O que vocês sabem sobre a minha dor?
Ela é tão profunda que facilmente aos outros se faz conhecer
Ela é tão íntima, mas é tão difícil de ocultar
Exploro esta dor
Faço-a emergir
Liberto-a
Quem quer dividi-la comigo?
Esta dor é tão pungente, mas é tudo o que eu possuo!CHÁ DAS QUATRO
Não me detenham
Tenho um encontro
Com alguém muito importante
Deus
Tanta espera
Tanta luta
Tanto desespero
E agora tudo passa
É como abrir uma porta
E encontrar o Universo
Vivo, cheio de estrelas
Tenho pressa muita pressa
Não me detenham
Tenho um encontro
Com alguém muito importante
Deus
Ao alvorecer de uma Nova Era
Vejo a estrela mais brilhante
Evening and Morning Star
Tenho pressa
Aos heróis
Um céu especial
O céu olímpico
Millennial Star
Não me detenham
Tenho pressa
Já se aproxima a hora
De um chá das quatro
Com o próprio Deus
Tocar o rosto do Pai
Tocar as feridas do Filho
Ser ungido pelo Espírito Santo
Tenho pressa, muita pressa.

CRIANÇA ÍNDIGO

Eu vim de uma terra distante

Um astro de primeira grandeza

Em todo o seu fulgor nos céus

Sou um dos pioneiros

Vim trazer luz a este mundo de trevas

Sabendo que tudo conspirava contra mim

Mesmo assim aceitei minha sina

Eu vim de uma estrela distante

Eu vim preparar o caminho

Abrir um trilha

Para outros que viriam

Muitos anos mais tarde

Eu sei que não sou daqui

Meu mundo é outro

Deixei-me contaminar

Por este mundo selvagem

Sou eu sim !

Um dos primeiros índigos

Eu vim bem antes

Para impregnar a aura deste mundo

Com o nosso azul índigo

Eu já tenho quarenta e cinco anos

E minha vida passou como uma sombra

Uma nuvem que passa

Ao sabor do vento

Breve voltarei

A ti, minha estrela de primeira grandeza...

À BEIRA DO CORAÇÃO PARTIDO

Cruzo portais sucessivos

Cada um levando a um novo estado do ser

Beirando o coração partido

Sons agrestes do metal

Eu me lembro dos sonhos do passado

Prestes a realizarem-se

Cruzo portais sucessivos

Querida !

A vida já está acabando

Beirando o limiar do coração partido !

No último portal

Vem a última visão

Um vimana te traz

Minha rainha hiperbórea

Nec plus ultra

Neste limiar do coração partido

Juntos vamos até a eternidade

Onde as paralelas se unem

Lutei contra esse sentimento

Mas ele era mais forte

Rainha hiperbórea

Eu sempre fui teu

Meu coração sempre te pertenceu

À beira do coração partido

Agora somos um só !

VULNERÁVEL

Eu sou o número quatro

Na figura do eneagrama

Mas meu Deus

Como eu sou vulnerável !

Eu sou tão vulnerável !

Careço de um defensor

Um super-herói

Eles têm a minha kriptonita

Todos podem tudo contra mim

Como eu sou vulnerável !

Eu sou tão vulnerável !

Sinto o que eles não podem sentir

O desabrochar de uma flor

O som de uma bela melodia

As cores das pinturas dos mestres

A dança dos coreógrafos

Eles parecem feitos de pedra

Como eles me molestam

Como sou vulnerável !

Eu sou tão vulnerável !

Preciso de defesa

Preciso de guardiões

Preciso de proteção

Pois eu sou simplesmente tão vulnerável...

Mas tão vulnerável...

Quero um dia abrir meus olhos da alma

E ver exércitos junto a mim

Guardando-me desses cães miseráveis

Sou tão vulnerável !

Como posso ser tão vulnerável !

Mas este sou eu !

E é da minha essência ser assim !

Vulnerável.

SAGRADO ANJO GUARDIÃO

Invoco-te

Contemplo-te

Conheço-te

Amo-te

Sei teu nome

Amor é a Lei

Amor sob vontade

Faço o que eu quero

Esse é o todo da Lei

Alta magia ritual

Faço banimentos

Abro portais

Invoco mil demônios

Dialogo com os Arcontes

Antes de te ver

Meu Sagrado Anjo Guardião

Deus em mim

POEMA 666

Vivemos tempos medíocres

As pessoas perderam a fé

Nos poderes do homem superior

Estou só aqui

Contemplando o vazio

E a miséria da existência humana

A falta de sentido em tudo

A falta de um nexo causal

Na vida de cada um de nós...



O ANTI-DEUS


Eu sou a treva mais espessa

Que veio ao mundo

Para permitir que a luz

Brilhe em todo o seu fulgor


Eu sou o silêncio ensurdecedor

Que veio ao mundo

Para permitir que a sonoridade

Encha todos os espaços vazios


Eu sou a imobilidade e a limitação

Que veio ao mundo

Para dar aos bailarinos

A plenitude dos movimentos


Eu sou o ódio e a guerra

Que veio ao mundo

Para dar aos amantes

A liberação do mais puro amor


Eu sou a maldade e a indiferença

Que veio ao mundo

Para dar às criancinhas

A mão amparadora e segura


Eu sou a tristeza e a melancolia

Que veio ao mundo

Para fazer os ébrios

Rirem em plena alegria


Eu sou o Anti-Deus

Que veio ao mundo

Para dar assentimento e fé

A um Deus Criador

Incognoscível e distante

Eu sou a Enantiodromia.


O PRÊMIO DA VIDA ETERNA

Um rico e um mendigo

Duas mãos se tocam

Uma para dar

A outra para receber

É algo incondicional

Um anjo no céu lança uma nota

Em seu Livro Sagrado

Ninguém salva ninguém

Cada um já nasce salvo ou condenado

Predestinado !

Mas eu aqui, intrépido, incólume,

Ainda espero por esse galardão.



© 2019 RENATO BATISTA MAGRINI
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